Santa Teresa dizia: “Quem não achar mestre que lhe ensine a orar, tome São José por mestre e não errará o caminho”, afirmava ainda que, nas festas de São José, sempre lhe fazia um pedido e nunca ficava de mãos vazias!

São Gregório de Nazianzeno (século IV) escreveu: “O Senhor reuniu em José, como no sol, tudo o que os santos têm juntos de luz e esplendor“. Quantas palavras belas sobre o Patrono da Igreja, graças às amizades dos santos como essa vocação silenciosa!

São José nunca disse uma palavra nas Escrituras, mas seu exemplo inspirou a muitos! São tantos os testemunhos, escritos, livros, documentos etc. sobre a vida desse carpinteiro que supre todo seu silêncio.

Na verdade, São José tem a vida totalmente entregue à vontade de Deus de forma que ele se tornou um modelo para todas as vocações. Neste post, conheça algumas de suas virtudes e se apaixone por quem foi profundamente apaixonado por Deus.

São José, modelo de vocação cristã

As Escrituras citam São José como esposo de Maria, pai adotivo de Jesus. Por três vezes, a Escritura diz que “ele se levantou” para colocar em prática o que havia ouvido em sonho do anjo de Deus. José se desinstalou em todas elas e recomeçou em outro lugar.

A forma como as Escrituras o qualificam – justo – se refere a alguém que coloca sua vida sob a luz da palavra e da lei de Deus. Essa justiça não é apenas sua fé em Deus, mas a vida sob a vontade de Deus em todas as circunstâncias, mesmo quando lhe custou os sonhos pessoais. 

Além da justiça, José foi fiel a Deus e ao seu matrimônio com Maria, permanecendo ao seu lado como guardião, protetor da vida dela e do Filho de Deus. Com seu trabalho humilde, sustentou a Sagrada Família e foi o educador de Jesus no ofício e na Palavra de Deus.

Logo, São José viveu a vocação leiga como ninguém! Ele amou a Deus, colocou a fé em prática no cotidiano da vida, não buscou privilégios, mesmo tendo Jesus tão perto, e cumpriu sua missão silenciosamente, deixando um rastro de santidade que nos conduz ao céu.

São José, modelo de vocação para a família

São José, como patrono da Sagrada Família, inspira os esposos na relação a dois pela forma como ele amou a Virgem Maria e a Jesus, colocando-os acima de seus sonhos e projetos pessoais. 

Para a Sagrada Família, José foi o trabalhador incansável, o pai presente, o guardião, o modelo para Jesus e um exemplo de pessoa que doa sua vida totalmente pela causa do Reino de Deus.

Ciente de suas limitações, mas sem se esquivar de suas responsabilidades, ele fez de sua vida serviço, sacrifício e colocou seu coração, como disse o Papa Francisco, a serviço do Messias, que escolheu nascer na casa de José!

Por todos esses motivos, São José é modelo de vocação matrimonial. Ele inspira casais, pais biológicos e do coração, homens, jovens, filhos, porque exala amor, liberdade, respeito, responsabilidade e sobretudo intimidade com Deus.

São José modelo para os vocacionados

“José, despertando do sono, fez como lhe ordenou o anjo do Senhor e recebeu sua mulher” (Mt 1,24), assim acontece com as pessoas movidas pela vontade de Deus, quando o reconhecem, assim fez José: abraçou a proposta divina sem medo.

E José o chamou com o nome de Jesus (Deus – Javé – Salvador), confirmando sua paternidade, porque era o pai quem nomeava os filhos. Com esse gesto, José evidencia sua missão, segue a vontade de Deus e torna-se discípulo de seu Filho adotivo.

Agora contemplamos José como modelo de vocação ao seguimento de Jesus Cristo, modelo para todo vocacionado à vida consagrada. Sua postura de escuta, obediência e  prática da vontade de Deus mostra que o projeto divino para toda a humanidade tornou-se também o seu projeto de vida.

Essa descoberta se deu ao longo do caminho, em meio aos desafios, também nas incertezas da missão, mas sempre com a convicção de que o Autor da obra em sua vida e na história do seu povo é o próprio Deus.

Logo, todo aquele que deseja consagrar-se inteiramente a Deus tem em São José um grande intercessor e modelo para essa vocação.

Celebremos a grande solenidade do Patrono da Igreja

São João Paulo II, na  exortação apostólica “Redemptoris Custos” (o protetor do Redentor), de 15 de agosto de 1989, declarou: 

“Assim como cuidou com amor de Maria e se dedicou com empenho à educação de Jesus Cristo, assim também guarda e protege o seu Corpo Místico, a Igreja […]. Hoje ainda temos motivos que perduram, para recomendar todos e cada um dos homens a São José.”

Celebrar a solenidade de São José em plena Quaresma é recordar que todo deserto tem um oásis, um momento de refrigério, de renovação das forças físicas e espirituais. Neste dia, a Igreja eleva aos céus um grande louvor com cânticos de glória em honra ao seu Patrono.

Dessa forma, façamos também nossa preparação pessoal, como faziam os santos, com novenas, orações, ladainhas, reflexões e consagração de nossa vida. Rezemos também por milagres, pelas famílias e pela Igreja. O céu estará aberto e nenhum vocacionado às virtudes de São José ficará de mãos vazias.